domingo, 20 de novembro de 2011

Nem aí


- Tô Nem aí... disse o japa da banca do morro.
- Nem aí pra que?
- Nem aí, pra tudo isso...
- Isso o que?
- Todas essas câmeras, essa mídia..
- Estão fazendo seu trabalho.
- O trabalho de alienar as pessoas, isso sim!
- Mas que exagero!
- Ao invés de criar fantasias sobre a vida, poderiam acabar com o marasmo do mundo. Já que tem o poder da influência. 
 - Como assim?
- Milhões de pessoas são vidradas em novelas sem conteúdo. E se não fossem novelas e sem fossem campanhas, seriados, que combatessem as drogas, que estimulasse a alfabetização e a cultura, que falasse de Amor. As pessoas não seriam as mesmas alucinadas de hoje.
- Faz sentido..
- Se não fossem esses parasitas, o Nem também não estaria nem aí..
- Que?
- É... Se todos fossem comprometidos com suas profissões e cumprissem suas funções e dons fielmente, talvez não houvesse vilões que usam de artifícios para levar a “felicidade” para as pessoas fracas psicologicamente. Talvez, não houvesse estes pobres dependentes que estimulam o comercio imundo. Não, melhor! E se ao invés de drogas se usasse Amor? Imagine... Ele não seria vendido nem comprado, apenas compartilhado, e se propagaria, fazendo com que o dependente buscasse o  Amor no outro. E assim, haveria o Círculo do Amor!                             
Enquanto o japa tagarela falava de seu Sonho.. 
A cliente que comprou a revista de fofoca, o deixou falando sozinho, e voltou para casa antes que a novela começasse. Pareceu não estar Nem aí...

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