segunda-feira, 18 de abril de 2011

Vida de cão


Jogados  no chão, 
Ainda  latem para proteção
Do mesmo dono que
Os deixaram na mão,
Ou melhor, na pata.
A mesma de toda a raça
A que arranha a porta
Ou a vidraça
De todas as noites
De solidão.
Mas  logo que amanhece,
Ao se abrirem as portas
Do lar que  outrora entristece,
Eles se preenchem de esperança,
Abanam o rabo sem bonança 
E esquecem-se do desprezo 
De todos os dias.
Com uma lambida encharcada
Na face do animal racional
Sem carisma sentimental
Deixa aquilo que fica,
E não precisa que volte,
Deixa somente,
De forma inocente.
O amor, exatamente.


Lorena Firmino


Foto : minha

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